segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Dia nublado, conversas estranhas, encontros rápidos.
O café com o Marco estava bom.
Mas a pressa não ajudou a por os pontos finais nos assuntos .
Fica pra outra hora.
Sinto-me feliz e de repente me pego a perguntar:
-demonstro isso?
As vezes tenho a sensação que adquiri uma casca e ainda não consegui me livrar dela.
E toda aquela sensibilidade que sempre me pertenceu está escondida.
Escondida justamente quando eu mais preciso dela.
Sou responsável por estar mais “dura” ?
A vida tem me colocado em situações de extrema delicadeza
E apesar de eu sentir o momento, percebe-lo com todos os meus sentidos
Me vejo agindo de forma contrária a que gostaria.
Peças do corpo, da vida.
Se eu não sou mais oque eu era, sou oque me tornei? Ou apenas entrei pela porta da adaptação?
Algumas atitudes impulsivas tem me tirado o sono, a graça.
O que ainda me consola é que sou capaz de perceber.
Falta agir.

sábado, 26 de setembro de 2009

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Mesmo que eu chegue em vc pedindo para viver
não me socorra.
Oque me faz viva é justamente Amar sem saber.

esqueça as reticências, oque eu realmente quero.
É você.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

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Não gosto de reticências, no papel sim, na vida real não.
Ficar parada na porta, na esquina, no elevador, esperando um último Adeus
Um sorriso perdido
Um olhar de cumplicidade dizendo que está tudo bem não é comigo.
Conversas mal resolvidas sobre assuntos sem sentidos me dão azia.
Não há papel/documento
Que comprove para os outros que já exorcizamos alguns demônios
O passado não passa recibo de que já passou
E o futuro não nos dá Green card para a felicidade.
O melhor é calar, esperar.
Silêncio as vezes é como Hipoglós cura assaduras, firma a pele.

A solução é ouvir Irene Cara cantando Flashdance em volume máximo
E exorcizar os demônios que faltam.Amém.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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As minhas dores nunca foram unilaterais
Minha felicidade sim
Mal entendo o que lateja perdido dentro de mim
Mas sei reconhecer uma vertente quando a vejo
Eu percebo cada detalhe arrebatador dessa beleza que escorre
Que verte
E quando eu fecho meus olhos
Eu ainda vejo aquelas salas douradas
A lenha queimando
O piano empoeirado cheio de anseios pelo toque de uma mão feminina
Eu reconheço essas extravagâncias de sentimentos e emoções quando as vejo
e as amo.
são para os meus olhos um raro “vernissage”.

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Na solidão do meu quarto eu penso no teu sono
No beco vil que era o passado.
No encontro rápido dos nossos olhares a sete anos atrás
Sete. número mágico
Sempre achei
Sempre foi
Não me compadeço dos meus erros
Nem dos destilados que eu tomava combinados com aquelas músicas surreais
Como diz Chico Buarque “o Amor não tem pressa ele pode esperar”.
Podia.
Não pode mais
Eu quero sugar cada gota desses dias.
E de todos os próximos cortes
Não há mais vidros nem vidraças
E o vestido branco daquela noite agora toca minhas mãos.
E eu
Eu já despedacei com violência todos os prejuízos
Agora só o que me resta é esse fato cru.
Esse corpo nu que dorme em silêncio a meu lado
E que faz exceder em mim uma insondável leveza.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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Eu Amo tua calma
E o movimento das tuas mãos em torno de tudo
Uma volta e meia em torno de mim
E já me vejo em tua frente
Nunca foi tão agradável acreditar na felicidade.

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Na noite fria
Minhas mãos realizam aquele desejo
O sangue sai das poesias para escorrer no meu fascínio
No corte sutil da navalha eu só vejo aquela pele branca
Aquelas duas letras
Aquela cor toda viva.

Na noite fria eu me torno insana
E só insana volto a ser normal.

Na noite fria
Eu tenho a verdade e a entrega em minhas mãos
E não há água que mate a sede que tenho
O desejo que rompe
O corte que cala
O êxtase que brota

O Amor que sinto.

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"A mulher que eu amo
tem um lindo sorriso
é tudo que eu preciso pra minha alegria
a mulher que eu amo
tem nos olhos a calma
ilumina minh'alma, é o sol do meu dia"

(Roberto Carlos)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Está tudo tão suspenso
Não preciso de respostas

continuo guardando nossos pedaços de papéis


sem rascunhos...

bilhetes interessantes em mesas de bar
em algum boteco qualquer

longe longe. nas esquinas perdidas
onde ninguém interfere em nossas vidas.

e só oque respira é a tua letra e a minha.

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Eu vou engolindo os problemas no caminho.
Quando entro porta a dentro eles não existem mais.

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Coloquei a lâmpada no abajur.
foi tão natural que nem percebi.
isso é você em mim.
Fácil.

...

Eu pulo as poças, me embarro
molho o corpo e a alma
Mas chego Feliz.

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É tão engraçado como eu me sinto perdida na minha casa, no meu próprio quarto.
Sem você a ansiedade me devora, me mastiga lentamente com prazer.
Eu leio, escrevo, cozinho, estudo. Tudo ao mesmo tempo, mas se quer me dou conta do que estou fazendo.
Sinto somente esse sopro doce de vida que me arrepia.
Essa vontade avassaladora do amanhã.
Esse desejo soberbo
Essas palavras indizíveis que eu reformulo em minha mente na tentativa de te dizer.
Caminho, corto o vento as cicatrizes e não sinto nada amargo.
E não se trata de possessões incompreensíveis, de monstros doentios que devoram a individualidade alheia.
Trata-se apenas desse cheiro de cânfora, desse incenso que cobre as tardes calmas.
Trata-se de não chorar pelo que se perdeu, mas de sorrir pelo que se constrói.
Trata-se de doçura, daquela doçura...
Daquele aceno por trás da vidraça onde se sabe que não é Adeus mas até logo
É tudo como uma valsa doce tocada num piano antigo.Dói. mas não dói porque machuca.
Dói porque é belo demais.

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E as vezes o corpo não comporta tanto sentimento.
E transborda....

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

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E de repente você tem sido todo esse sol.
Essas manhãs agitadas em que nem quero mais dormir.
esse corrimão.
e eu me inebrio a cada dia mais com essas noites de rotina amável
de recados no espelho do banheiro.
E novamente tem sido agradável caminhar nas ruas
descosturar traumas, recosturar...
ir e vir sem tanta pressa além da de te ver.
tardes ensolaradas sentada no chão da cozinha.
na beira do sofá com teus cabelos em meu colo.
Comendo de colher
me lambuzando com toda a fragilidade desses sentimentos.
Eu sempre me apaixonei por tudo que é doce.
e agora eu tenho essa tigela imensa, você, meus amigos do peito
e de lambuja essa cobertura de felicidade.
é doçura pra não se enjoar jamais.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

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Um passo de vento
chuva e sol
mistura de tempo e de sentimentos
Tudo que é bom tem se alastrado
e as lacunas tem ficado para trás
eu subo e desco as escadas com uma tranquilidade imensa
e sinto uma alegria demoniaca por tudo que ficou para trás
e que venha então o verão
com seu cheiro de água.
seu vento quente.
essa coisa toda que faz meu corpo transbordar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

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E após vinte e oito invernos eu ainda consigo ser assim.condescendente.
Essa coisa toda serena e pura que escorre de mim vai sempre estar ali.
É fato e ponto.ponto.
Esse instinto maternal, paternal, essa coisa toda risonha toda palhaça toda minha, como a frase mesmo disse é minha.
Ali está e ali ficará
Gravada, marcada, como tatuagem, carimbo...
E não é concubinato nem usocapião
é marca minha por excelência.Nasci com ela.
Então eu me pego vivendo novamente esses dias fortes, frágeis
e toda essa ambigüidade que decorre de tudo que é intenso.
Eu não consigo mais fugir de todos esses sentimentos
Cedo ou tarde eles me encontram
As vezes é durante uma dose do whisky
As vezes em tardes ensolaradas
Ou distraidamente em madrugadas a dentro
São simples minutos e eu já os vejo lá
Como torcida inebriante em dias de Olímpico lotado.
Não há oque fazer.
São raízes profundas agarradas em mim.

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Fora essa preguiça mental que eu desprezo sem recíproca.

Estou feliz com meus demônios.