quinta-feira, 8 de abril de 2010

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A roupa eu rasguei faz tempo
Vivo nua desde então
Os cabelos cortados e o prato quebrado faz menos de um mês
O piano que eu amava não vi mais
Mas a música que ainda sangra minha alma
Faz reviver todo o resto
E esse resto eu reescrevo com caneta sem tinta
Em pedaço de jornal antigo.
Ninguém precisa ler.
Os que sabem ler, sentem melhor ainda.
Sinto-me lida e continuo nua.
Talvez eu coloque a roupa pouco a pouco.
Mas somente se o frio ultrapassar as cicatrizes da minha pele.

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